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Dos Súditos, ao Rei

Coroa de D. Pedro I
Quem da Família Imperial há de herdar sua determinação?

Nenhum sistema de governo é tão interessante como a Monarquia.

Em sua obra “O Espírito das Leis”, o filósofo e um dos grandes iluministas franceses, Charles Montesquieu, defende a Honra como norteador do sistema Monárquico; a Virtude (entendida como a virtue, a honestidade, a probidade e zelo pelo bem público) como azimute republicano; e a Força (no sentido de ditadura) como carro chefe do Autoritarismo. Ainda aproveitando-se de suas reflexões, o responsável pela tripartição dos poderes diz que para uma República que perdeu sua Virtude, para uma Nação onde a honestidade perdeu vez e a corrupção se fez presente, a volta à normalidade é impossível. A República está perdida. Fadada ao fracasso.

As palavras quase que proféticas do iluminista, nos faz refletir sobre a situação na qual se encontra o nosso Brasil. Não é de hoje que se esvaíram os exemplos de homens públicos honestos e honrados. Sem pessoas nas quais se espelhar, o povo, em geral, sofre do mesmo mal, pois se os líderes máximos da Nação não cumprem as leis nem fazem suas partes, o Contrato Social proposto por outro pensador, Jean Jacques Rousseau, é desfeito, ou pelo menos, deveria ser. Uma parte do Povo não será cumpridora das leis, se essas não forem seguidas nem pelos que as formulam. Como o autoritarismo não é a melhor das opções, voltemos os olhos para a Monarquia.

Ser Monarquista, antes de tudo, é ter amor e respeito pela Egrégora. “Egrégora” pode ser compreendida como a somatória de energias mentais criadas por grupos, ou agrupamentos, que se concentram em virtude da força vibratória gerada ser harmônica. Em outras palavras, a força mental produzida pelos bons sentimentos de vários, convergidos no Um. A Egrégora não morre, adormece.

Dos sistemas de governo existentes, a Monarquia é o único que faz parte do imaginário das pessoas. É algo que tem um quê de “Mágico”. Não existem contos de fadas sobre presidentes ou líderes totalitários. Eles existem no contexto de reis, reinos, príncipes e princesas. A atuação do Chefe de Estado na figura de um “Alguém” apartidário é o verdadeiro poder do Povo. É a personificação da Egrégora Nacional no Um. É a Democracia Coroada, com o perdão do trocadilho.

Mas e quando falta esse “Alguém”? Quando a Egrégora de um Gigante Império está adormecida, o que esperar? O que fazer? Cheguei a conclusão que nada podemos fazer enquanto o responsável por incorporar essa Egrégora não apareça. Nenhuma passeata, nenhum discurso, nenhuma palestra adiantará se não estiver apoiada por uma pessoa, não que vá até o abismo onde está o povo, mas que o retire daquelas profundezas. Alguém que reivindique para si o trono que lhe foi tomado. Alguém que honre o sangue derramado por tantos brasileiros em épocas passadas, apenas lutando pelo que se acreditava. Alguém que honre o nome e sobrenome dos que ajudaram a criar este país. Faz-se imperante que surja uma pessoa forte, que pouco se importe com as opiniões medíocres e que muito se importe com os anseios e clamores dos brasileiros por um Brasil respeitado.

Queremos Alguém que mereça exercer sua realeza. Alguém que não tenha medo de comprar para si a batalha lutada por tantos ao longo da História. Alguém que grite em alto e bom som que é contra esses insultos diários à Nação. Alguém que faça justiça histórica contra um Imperador e uma Família escorraçada às pressas à surdina da noite por golpistas preocupados com interesses próprios. Precisamos de Alguém que tome para si as atitudes ousadas de um D. Pedro de Alcântara, Primeiro Imperador do Brasil, capaz de decidir os rumos de uma Nação sem medo dos desafios à sua frente. No momento, por mais magnânimo que tenha sido, não é hora para um D. Pedro II, é hora de abrir espaço para um novo D. Pedro I. Um líder nato com carisma e impactante! Temos gente de seu sangue, o que parece que não temos é a sua coragem!

A Monarquia não caiu para aqueles que são Monarquistas! A Monarquia está adormecida, como nos mais interessantes contos. Ela está à espera de um Imperador. Alguém que já nasceu ou há de nascer, mas que reclamará para si o legado de todo um Povo. Um Alguém que não terá receio de liderar um grupo que clama por liderança. Alguém que não se surpreenderá com o tanto de seguidores que terá, pois quando este Alguém preparado decidir se levantar, ele reconhecerá os seus súditos, sabendo, de algum modo, que eles estavam à sua espera. Aqueles que talvez, noutros tempos, brandiram suas espadas juntos por um ideal. Não será outro Imperador... Não será outro Povo... Tudo fará parte de uma mesma Egrégora despertada, renascida. Somos os mesmos sempre, ainda que em épocas diferentes.

Se este Alguém decide se acalmar; se este Alguém decide esperar; Se este Alguém decide perpetuar o sono nostálgico por tempos melhores; Se este Alguém se contenta com palestras; Se este Alguém tem medo ou receio de perder algum benefício... Este Alguém não é de quem precisamos. Ter Sangue Real não é apenas nascer filho de Rei. É ter, antes de mais nada, atitude de Rei. É ter majestade. É SER Majestade! Ser Rei é levar um fardo. É merecer a Nação que representa. É um caminho de honra de ida e volta. Nosso povo merece um Rei.

            É visível que temos uma Família Imperial, e isso não nos é novidade. Mas parece que não temos um Rei. A pergunta que não sai da mente dos que anseiam por tempos melhores é: Temos “este” Alguém? Temos o herdeiro da Egrégora? Temos um Imperador? Se tivermos, que ele se apresente à Luta, donde nunca foi do feitio deste Povo, fugir.

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O Que Perdemos Em Tentar?


Meus caríssimos leitores e visitantes do Blog,
Quem acompanha este Blog há certo tempo, ou quem me conhece pessoalmente, muito provavelmente sabe de minha opção política: sou MONARQUISTA convicto! Não sozinho, diga-se de passagem. Em janeiro de 2011, exatamente há um ano, eu criei um blog (O Brasil é REAL) para tratar do assunto, para explicitar de forma didática e rápida as propostas e benefícios de um Brasil Monárquico.

Desta feita, venho nesta postagem colocar uma perguntinha incômoda para vocês leitores preocupados com a situação de nosso país. Uma pergunta que, por mais que eu tenha pensado e refletido, não achei resposta justa e plausível. Nem mesmos alguma que por breve momento aquietasse o meu juízo. Vamos à pergunta, depois à explicação.

Afinal, o que perdemos em tentar?

Essa é minha pergunta a você leitor. E nunca eu quis tanto que alguém comentasse neste Blog. Esta mesma postagem está sendo feita no Blog O Brasil é REAL, pois quero instigar o maior número de leitores, consequentemente respostas, possível/possíveis.

A indagação diz respeito à mudança de sistema de governo no Brasil. Sairíamos de uma República e entraríamos em uma Monarquia Parlamentar. Para os novos leitores, que podem se surpreender com a proposta, sugiro que visite outras fontes (ou mesmo escolha as postagens deste Blog por assunto - pode encontrar as opções ao lado) antes de fazer seu comentário, pelo único fato de tirar suas dúvidas principais sobre como seria a proposta Monárquica para o Brasil.

Sabe aqueles argumentos do tipo: "Monarquia é retrocesso", "Não vou ser mandado por um Rei", "Por que sustentar uma Família Real que não faz nada?", "O Rei é apenas uma figura decorativa", "Prefiro uma democracia!", etc, etc, etc? Pois bem, não só esses, mas outros, são explicados e derrubados em postagens anteriores.

Eis os meus motivos para esta postagem aparentemente repentina: Não aguento mais uma república decadente (se é que ainda há o que cair moralmente). Nossa história republicana é repleta de falhas e defeitos graves. A situação piora quando comparamos com o período em que o Brasil foi um Império (1822-1889). Alguns dados sobre a república:

→ Começou ilegalmente com um Golpe Militar;
→ O Brasil republicano já sofreu pelo menos cinco golpes de Estado e um impeachment;
→ Em todo o período republicano, eu disse TODO, nunca tivemos uma real estabilidade política duradoura;
→ Temos um Chefe de Estado (representante maior da Nação) sempre comprometido ideologicamente com partidos políticos;
→ Sete Constituições (enquanto houve apenas uma no Império);
→ Corrupção generalizada e IMPUNIDADE pelo simples fato de não haver nenhum representante da sociedade comprometido com a ética.

Enfim, há muitos problemas na república que poderíamos tentar consertar com uma Monarquia Parlamentar. Nossos parlamentares discutem plebiscitos ridículos como divisão de estados e desarmamento (este não é ridículo, mas o fato de querer repeti-lo em tão pouco tempo depois de uma decisão da sociedade, isto sim, é ridículo), mas não uma proposta de mudança de sistema! Sabem por que não há nenhuma proposta em relação a isso? Já imaginou até como seria interessante uma proposta de mudança no sistema com um novo plebiscito marcado para dez anos depois, para saber se a população quer voltar para o sistema republicano? Sabe por que não há? Porque toda a corja sabe que a república não voltariam, e tal qual à época de D. Pedro II, qualquer homem com nódoa política estava praticamente banido da vida pública. 

Nunca vivemos em época tão democrática quanto aquela, onde a disseminação do ideal republicano (contra o sistema vigente) era permitida, coisa que a reppública fez questão de apagar por praticamente 100 anos. Só na Constituição de 1988 (última do nosso país) a cláusula pétrea que calava, literalmente, os Monarquista, foi revogada. Entretanto, um século de doutrinação republicana foi suficiente para fazer parecer uma idiotice voltar ao sistema que funcionou adequadamente ao Brasil.

Não ache que somos poucos. Não... Não somos! Estamos em muitos locais, mas precisamos do apoio de mais ainda. Veja alguns exemplos (vídeos CURTOS):
Protesto Fora Sarney em SP (15.08.2009)
A Bandeira Imperial erguida entre muitos à esquerda.
Jornal da Massa - SBT (15.11.2011)
Jornalista Paulo Martins jura amor ao Império e à Bandeira Imperial ao vivo.
Vídeo produzido pela Rede ACI - Associação Causa Imperial
Convocando Monarquistas adormecidos.

Fica então a pergunta e, POR FAVOR, peço que os senhores leitores contribuam com essa quase "pesquisa" minha nos comentários abaixo. Responderei a todos. Afinal, com a situação do Brasil republicano (e quem conhece História sabe que estou falando desde 1889), o que perdemos em apenas TENTAR um outro modo de fazer o Brasil funcionar? Será que não vale a pena TENTAR? Você estaria disposto a disseminar essa ideia? 

Saudações Monárquicas.

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Ps: Não encaro a mudança de sistema político do Brasil como um passe de mágica onde todas as mazelas do nosso país serão solucionadas. Encaro como uma ALTERNATIVA esperançosa para que possamos tentar ser um País respeitado e de vida mais justa para sua população, que como poucas vezes na História, tem a chance de ser realmente representada.

OBS: Se você reside em Natal ou Parnamirim (RN) e é Diretor de escola, vereador, deputado, líder comunitário, enfim... se sua pessoa estiver interessada em saber um pouco mais, por favor, entre em contato comigo pelo e-mail: rodrigomebarak@yahoo.com.br ; estou disposto a promover palestras ou mesmo participar de debates que instiguem a divulgação e informação da Causa. Gratuitamente. Em favor do Brasil. É meu dever enquanto cidadão lutar pela melhoria do nosso país. Seu público alvo (crianças, adolescentes, adultos...) não perderá nada com isso, pelo contrário, ganhará mais conhecimento sobre o assunto proposto.
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"CIDADANIA NO IMPÉRIO", mais um livro à vista!


O blog Império Conservado está sorteando mais um livro: “Nação e Cidadania no Império: novos horizontes”, do Historiador e Cientista Político José Murilo de Carvalho. “A primeira parte do livro inclui estudos que relacionam cidadania, cultura e o mundo das ideias políticas. Revela a existência de intenso debate sobre a natureza de nossa cidadania política, a presença de mecanismos de construção de uma identidade nacional, incluindo aí a própria historiografia, e as manifestações de nacionalidade e identidade étnica no mundo da arte popular. A segunda parte do livro concentra-se em estudos relacionados com o impacto da escravidão na consciência e no exercício de direitos, na relação entre os cidadãos e a polícia e no efeito de poder de práticas próprias do mundo patriarcal. Já a última parte abrange uma gama variada de temas que, de vários ângulos, convergem para as ideias centrais de sociabilidade, identidade, relações entre Estado e Igreja”.

Participar do sorteio é muito simples: você precisa seguir o blog e retuitar (dar RT, como costumamos dizer) o tweet indicado pelos autores no Twitter (para acompanhar melhor o andamento dos sorteios, você pode seguir os autores). O sorteio será realizado no dia 20 de dezembro, às 14:30.

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O Golpe de 15 de Novembro



Ao contrário do que muitos pensam no dia 15 de novembro não será celebrado o triunfo da vontade popular através da “proclamação” da República. Tampouco será comemorada a democracia ou a liberdade, mas sim o aniversário de um golpe de Estado, despido de qualquer participação popular e visto pelos brasileiros da época, se não com indignação, com grande indiferença. Na realidade, não era pra ter acontecido, não fossem maquinações e boatos de militares bastante espertos para saberem que não haveria república alguma sem um grande teatro por trás de um golpe que, diga-se de passagem, representou muito bem o “jeitinho brasileiro”.

Para começar, vamos conhecer um pouco mais do nosso herói republicano: Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, nascido em 1827, filho de militar conservador, tinha duas irmãs e sete irmãos, três dos quais morreram servindo a Pátria na Guerra do Paraguai. Deodoro entrou para o Exército em 1843, se formando em 1847 no curso de artilharia. No ano seguinte teve sua primeira participação numa ação militar na repressão da Revolta Praieira (insurreição de liberais e separatistas da província de Pernambuco). Nos anos que se seguiriam, Deodoro participaria da Guerra do Paraguai, e subiria rapidamente na hierarquia militar. Em 1887, após muitas comendas, já como brigadeiro do Exército, e depois de ter ocupado diversos cargos políticos (como o de vice-presidente da província do Rio Grande do Sul), Deodoro foi nomeado marechal-de-campo. Até aí tudo bem, tivemos um grande herói militar, que gozava de grande prestígio entre os colegas de farda, um cidadão prezado, conservador, amigo do Imperador e monarquista convicto. Opa, eu disse monarquista convicto? Isso mesmo: Deodoro era um monarquista convicto.

Ao contrário de outros militares da época, que se deixavam encantar pelas ideias republicanas, Manuel Deodoro insistia que a república seria “desgraça completa”, como vemos em carta enviada ao seu sobrinho Clodoaldo da Fonseca, em 30 de setembro de 1888:

República no Brasil é coisa impossível porque será verdadeira desgraça. Os brasileiros estão e estarão muito mal-educados para republicanos. O único sustentáculo do nosso Brasil é a monarquia; se mal com ela, pior sem ela”.

Logo a seguir voltava a insistir junto ao mesmo parente:

“Não te metas em questões republicanas, porquanto república no Brasil e desgraça completa é a mesma coisa”.

Pois bem, vimos que nosso herói não era lá bem um herói republicano. Ou seja, nosso “proclamador da República” era na verdade um “fiel e leal” súdito da Coroa, até o momento em que seu ego foi atingido. Como assim? Bom, antes de entender isso é necessário conhecer outro protagonista dessa história, um sujeito chamado Benjamin Constant Botelho de Magalhães. Esse, de herói, não tinha nada. Chegou a ir para a Guerra do Paraguai, como engenheiro civil e militar, mas depois de treze meses voltou alegando doença, e sua mulher, como boa esposa, foi lá busca-lo para lhe dedicar os devidos cuidados em casa. Então ele foi dar aula de matemática na Escola Militar. Mas não vamos deixar de ser justos e clarificar que, apesar de militar, o dito Benjamin não era um militarista. Acreditava na submissão do Exército ao poder civil, e não era um revolucionário qualquer; bem instruído e positivista de carteirinha, era um leitor de Comte e seu republicanismo se devia a isso. Mas onde ele entra na história da “proclamação”? Pois bem, para isso teremos de entender outra história, essa um pouco mais complicada.

Desde a formação do Brasil como Estado soberano e independente, que teve início de facto com a elevação da colônia ao status de reino (Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves), o Exército nunca exercera de fato participação nos destinos políticos do país. Na realidade, o Exército era uma instituição fraca e mal aparatada, bem inexpressiva diante de sua correspondente civil, a Guarda Nacional. Os militares de influência geralmente o eram por serem ao mesmo tempo grande nomes de um dos dois partidos políticos, o Conservador e o Liberal, não por serem militares unicamente. Mas as coisas mudariam com o advento da Guerra do Paraguai, que exigiu o melhoramento da instituição em questão, caso o Brasil quisesse ter sucesso na empreitada. Com o fim da guerra, e com um exército melhor aparatado e “politicamente alfabetizado”, o governo viu o nascimento de uma nova força política, não muito contente com o tratamento que vinha recebendo por parte do executivo imperial. Como se não bastasse esse descontentamento, o Gabinete inferiu algumas punições contra os militares, e iniciou uma política de restabelecimento da Guarda Nacional como maior força armada da Nação. É claro que os ‘novos’ militares não viram isso com bons olhos, e teve início uma peleja política conhecida como “Questão Militar”. De um lado, um poder executivo querendo podar qualquer possibilidade do exército aumentar ainda mais sua influência, e de outro, militares ansiosos por “um assento no banco de decisões” dos destinos do Império.

Voltemos ao nosso marechal. Após a morte do Duque de Caxias e do General Osorio, Deodoro se tornara o grande nome militar do Brasil, a admiração que seus subordinados nutriam por ele não era pouca. Era visto como um herói. Cioso do enorme prestígio do marechal em todo o Exército, Benjamin Constant, o professor de matemática, resolveu iniciar uma empreitada para converter Deodoro ao republicanismo. Mas, apesar de ser profundamente solidário à causa militar, e ter escrito mais de uma vez ao Imperador, implorando por uma intervenção nas ações do governo, Deodoro via o movimento republicano com péssimos olhos, como já foi mostrado. Mas as coisas se voltaram para um caminho tortuoso, e o próprio Deodoro viu que deveria ele mesmo agir contra o governo, e percebeu que não era uma boa ideia importunar o velho e doente Imperador com problemas que talvez ele mesmo pudesse resolver. Mas o monarca não estava tão alheio assim à questão, e respondeu a segunda carta de Deodoro com a demissão, no mesmo dia, do Ministro da Guerra, Alfredo Chaves. Nosso marechal então “deu-se por satisfeito”, para ele a questão tivera seu fim. “Petrus locuta, causa finita” (Pedro falou, o papo acabou). Contudo, o novo ministro não cancelou as punições, mas se pronunciou dizendo que os militares punidos deveriam requerer, junto ao governo, o cancelamento dessas punições. Então voltamos ao ponto de partida: governo versus Exército.

Sabendo da frágil situação física do soberano, que sofria de diabetes e havia adoecido muito nos anos que se seguiram ao término da guerra, os querelantes resolveram não recorrer ao juiz imparcial, para recorrer ao Senado. Rui Barbosa lançou um manifesto em defesa do Exército, no qual dizia:

“(...) Deploramos que a doença inquietadora de Sua Majestade não permita invocar diretamente o Chefe do Estado. Sabe o Exército que o Imperador nenhuma responsabilidade constitucional tem. É-lhe grato saber que, nos abusos de que se tratam, não lhe cabem nenhuma responsabilidade real. Mas, em toda a parte, ainda nos países onde exemplarmente se pratica a monarquia parlamentar, o soberano, se é, como entre nós, um elevado espírito, tem sempre em si, pela sua sabedoria, pela sua experiência acumulada, pela superioridade da sua intuição, pela alta imparcialidade do seu cargo, uma imensa reserva de autoridade moral, de influência persuasiva sobre o ânimo de seus ministros mais independentes, dos seus conselheiros mais austeros, e não lhe faltam ocasiões como esta de exercê-la, com benfazeja discrição, em proveito da justiça, da liberdade e da lei”.

E após discorrer sobre o estado de saúde de Dom Pedro, citando as recomendações médicas de repouso e também os anseios do povo por sua recuperação, termina:

“Não nos resta, pois, senão recorrer para opinião do país, que desde o princípio esposou a nossa causa, idêntica à dele, endereçar ao Parlamento este derradeiro apelo à legalidade, que é nosso dever, do qual nada nos arredará, enquanto o direito postergado não receber a sua satisfação plena”.

Como vemos, a Monarquia ainda gozava de lealdade e prestígio e, na verdade, era bastante popular. O grande vilão da história era o Gabinete de Ministros, órgão que representava o poder Executivo durante o Império. O Brasil era uma monarquia constitucional, ou seja, o Imperador reinava, mas não governava de facto. Essa função cabia o Conselho de Ministros encabeçado por um presidente, que era nomeado pelo Imperador. O Gabinete, por sua vez, convocava as eleições legislativas, e então se formava o Parlamento. O Poder Legislativo era composto por duas câmaras, o Senado e a Câmara dos Deputados que se reuniam uma vez por ano em sessão extraordinária chamada Assembleia Geral Legislativa, ocasião em que o Imperador, em trajes majestáticos e rituais solenes, pronunciava a Fala do Trono. Tínhamos o que os historiadores chamam de “parlamentarismo às avessas”, por ocorrer aqui exatamente o contrário de outras monarquias parlamentaristas, onde primeiro o Parlamento é eleito, então se propõe um governo ao monarca que nomeia então um primeiro-ministro.

Mas apesar das manifestações de diversos políticos no Senado e na Câmara dos Deputados a favor dos militares, o governo não cedeu. Nesse ínterim, Benjamin Constant se dirigia praticamente todos os dias à casa de Deodoro, em consecutivas tentativas de convertê-lo de uma vez por todas ao ideal republicano. Mas o marechal se mostrava intransigente, e dizia que sua amizade e lealdade pelo Imperador, de quem era protegido, eram maiores do que qualquer argumento de Benjamin. Contudo, a tensão entre o governo e o Exército foi aumentando, e no dia 14 de novembro de 1889, o Major Solon Ribeiro espalhou um boato pela capital de que o Gabinete mandara prender Deodoro e Benjamin, por conspiração. Começa aí a jornada do 15 de Novembro.

Na madrugada daquele dia, Deodoro e Benjamin, à frente de tropas militares, se dirigiram ao quartel onde se encontrava em vigília o ministério liberal do Visconde de Ouro Preto, Afonso Celso de Assis Figueiredo. O pobre visconde repetia insistentemente as ordens do ataque contra os sublevados, mas gritava aos ventos. O Ministro da Guerra, Marechal-de-Campo Visconde de Aracaju, confessou que não tinha meios para reagir, enquanto que Floriano Peixoto, ajudante-general do Exército, bradou que não lutaria contra compatriotas brasileiros. Ouro Preto logo viu que não estava entre aliados, e só então foi constatar as prévias atitudes dúbias de Peixoto, e os conselhos dos supostos aliados militares de não se importar com os rumores de conspiração, dos quais o gabinete havia sido alertado diversas vezes pelo chefe de polícia. O presidente então enviou um telegrama ao Imperador, que se encontrava em Petrópolis, comunicando-lhe de sua demissão, e informando que Deodoro entrara triunfalmente no quartel, aclamado pelas tropas. Proclamou-se então a república? Na verdade não. Deodoro havia marchado até ali para derrubar o ministério, e foi isso que ele fez. Após Ouro Preto se entregar, o marechal pronunciou um discurso que não incluía nenhuma república e que, após exaltar o Exército, concluía:

“Quanto ao Imperador, tem minha dedicação, sou seu amigo, devo-lhe favores. Seus direitos serão respeitados e garantidos”.

Assim terminava o dia 15 de novembro, e até então os republicanos viram seu sonho ir por água abaixo. O próprio Benjamin parecia ter-se convencido de que não se podia impor uma forma de governo ao povo. Mas por pouco tempo.

O Imperador já estava no Rio de Janeiro, e nomeou um novo gabinete assim que chegou, como fizera inúmeras vezes durante seus quarenta e nove anos de reinado. O novo ministério seria encabeçado pelo Conselheiro José Antônio Saraiva, que recebeu a seguinte mensagem do palácio, enviada por Franklin Dória:

“Exmo. Amigo Sr. Conselheiro Saraiva – o Imperador e a princesa estimariam que V. Ex.ª viesse agora mesmo ao Paço da Cidade, no qual se espera compareça, daqui a pouco, General Deodoro, a fim de apresentar a S.M. a sua mensagem (...)”.

Tudo teria ocorrido normalmente, o Imperador voltaria a descansar e os detalhes da Questão Militar seriam acertados numa outra ocasião, se certo boato, dizendo que o Imperador nomeara como ministro Gaspar da Silveira Martins, um inimigo pessoal de Deodoro, não tivesse se espalhado pela cidade. Alguns acreditam que tal boato foi obra do espero Benjamin Constant. Deodoro também estava doente, e se encontrava de cama quando mandou chamar Benjamin e, bastante irritado, declarou: “Pois diga ao povo que a República está feita”. Logo, ao contrário do que muitos pensam, a república não se deu num quartel, com o povo gritando vivas ao novo regime, mas sim na cama de um marechal monarquista com o orgulho ferido por um mero boato.

Nas horas seguintes se reuniram homens que em breve seriam ministros, e começaram a pôr em prática o novo regime. Na tarde do dia seguinte, o mesmo boateiro Major Solon, em uniforme de gala e seguido por um piquete de cavalaria, foi ao Paço da Cidade entregar a D. Pedro II a mensagem do governo republicano provisório, que depunha e ordenava o exílio da dinastia (decidi por transcrever este documento em particular em sua grafia original):

“Senhor! — Os sentimentos democráticos da nação ha muito tempo preparados, mas despertados agora pela mais nobre reacção do caracter nacional contra o systema de violação, de corrupção, de subversão de todas as leis, exercido em um gráo incomparável pelo ministério 7 de Junho; a politica systematica de attentados do governo imperial n'estes últimos tempos, contra o exercito e a ar-mada, politica odiosa á nação^ e profundamente repellida por ella, o esbulho dos direitos d'essas duas classes que, em todas as épocas, têm sido entre nós a defesa da ordem, da constitução, da liberdade eda honra da pátria, a intenção manifes- tada nos actos dos vossos ministros e confessada na sua imprensa, de dissolvel-as e aniquilal-as, sub- stituindo-as por elementos de compressão official, que foram sempre entre nós objecto de horror para a democracia liberal, determinaram os acontecimentos de hontem, cujas circumstancias conheceis e cujo caracter decisivo certamente podereis avaliar. Em faced'esta situação, pesa-nos dizer-vol-o e não fazemos senão em cumprimento do mais custoso dos deveres, a presença da família imperial, no paiz, ante a nova situação que lhe creou a revo lução irrevogável do dia 15, seria absurda, impossível e provocadora de desgostos que a salvação publica nos impõe a necessidade de evitar. Obedecendo, pois, ás exigências do votonacional, com todo o respeito devido á dignidade das funcções publicas queacabaes de exercer, somos forçados á notificar-vos que o governo provisório espera do vosso patriotismo o sacrifício de deixardes o território brazileiro, com a vossa família, no mais breve termo possivel.

Para esse fim se vos estabelece o prazo máximo de 24 horas que contámos não tentareis exceder (...)”.

Assim, com um discurso leviano e claramente ressentido, Deodoro traía seu juramento, seu ideal, seu amigo. Assim findava sessenta e sete anos de monarquia constitucional, sem qualquer participação popular no levante, obrigando um monarca idoso e doente a abandonar o país de madrugada, e espalhando o boato de que a Família Imperial havia fugido e abandonado o país face ao perigo quando, na verdade, temia apoio do povo ao velho Dom Pedro, que era bastante popular. Um plebiscito foi prometido para os meses seguintes, mas só aconteceria realmente em 1993, dando à República cem anos para distorcer a história e, como sempre, enganar a população. Em 15 de novembro de 1889, através de um golpe mesquinho, nascia a República, que tirou estadistas e grandes políticos da vida pública, e deu seus lugares a homens inexperientes que, como o próprio Rui Barbosa diria, transformaram o que era uma escola de estadistas num mercado de corrupção. Tem início então era de maus políticos na história da Nação brasileira, que persiste até os dias de hoje.

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A Longa Mordaça Republicana


Caros leitores, me proponho a tecer comentários hoje sobre a perseguição sofrida por Monarquistas no Brasil por praticamente um século. Exatamente! Por quase 100 anos ficou proibida a defesa do ideal Monárquico no Brasil por quem quer que fosse. Se a Cláusula Pétrea da Constituição de 1891 (1ª republicana) não tivesse sido alterada na Constituição de 1988 (7ª republicana), eu estaria, neste momento, cometendo um crime contra a Nação!

Simplesmente não era aceito pelo governo republicano discutir sobre o sistema e a forma de governo no nosso País. Segundo artigo da Wikipedia, as cláusulas pétreas "são limitações materiais ao poder de reforma da constituição de um Estado. Em outras palavras, são disposições que proíbem a alteração, por meio de emenda, tendentes a abolir as normas constitucionais relativas às matérias por elas definidas. A existência de cláusulas pétreas ou limitações materiais implícitas é motivo de controvérsia na literatura jurídica. (...) São cláusulas que não podem ser mudadas, são imutáveis."

Da última Constituição vigente do Brasil (1988), estas são as cláusulas pétreas:
  • A forma federativa de Estado;
  • O voto direto, secreto, universal e periódico;
  • A separação dos Poderes;
  • Os direitos e garantias individuais;
  • A República (Implícita na constituição).
Enquanto a organização de partidos políticos monarquistas, bem como as organizações nos termos da lei de agremiações ou associações que defendessem a Monarquia ficaram proibidas desde 1891 (até 1988), os republicanos não encontravam reciprocidade de amordaçamento durante o Império. Ao contrário, defensores da república tiveram liberdade para difundir suas ideias, formar partidos políticos, realizarem congressos, tudo isso defendido pelo próprio Imperador, sempre a favor da Constituição de 1824 (única do período imperial).


Pessoas que aproveitaram o gosto da liberdade de expressão (republicanos) por certo acharam que isso seria um risco para os seus interesses e logo trataram de criar a cláusula pétrea para silenciar o povo simpático à Monarquia.

Não podemos esquecer que logo após o golpe republicano, a Família Imperial foi exilada, só sendo revogada a Lei do Banimento na década de 1920 pelo presidente Epitácio Pessoa.
Afinal, por que o governo republicano tem tanto medo da Monarquia e dos Monarquistas? Será que uma super propaganda anti-monarquia por mais de um século não foi suficiente?

Os que estão no poder não têm interesse que você conheça a Real História do Brasil. Abram os olhos... Leiam bastante!

Fica a reflexão.
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Terra do Brasil

Dom Pedro II

 

Último Retrato de Dom Pedro IIEspavorida agita-se a criança,
De nocturnos phantasmas com receio,

Mas se abrigo lhe dá materno seio,
Fecha os doridos olhos e descança.

 

Perdida é para mim toda a esperança
De volver ao Brasil; de lá me veio
Um pugillo de terra; e nesta creio,
Brando será meu somno sem tardança...

 

Qual o infante a dormir em peito amigo
Tristes sombras varrendo da memoria,
Oh doce Patria, sonharei contigo!

 

E, entre visões de paz, de luz, de gloria,
Sereno aguardarei no meu jazigo
A justiça de Deus na voz da Historia!

 


O tempo me faltou novamente e não pude elaborar conteúdo original; mas me pareceu oportuno deixar o lindo soneto de nosso Magnânimo Imperador nos tempos de exílio. Exemplo de real paixão pela, e real identificação com, a pátria; coisa que não espero de nenhum ocupante da Presidência da República, por mais patriótico que se declare.

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A Semana da Pátria


 
“Ter sempre o espírito jovem!”, já dizia alguém que nada entendia de espíritos, pois esqueceu-se de especificar de que tipo de jovem estava falando. Ou não entendia de jovens.

Na Semana da Pátria, em setembro, assistia a um desfile na Praça Pedro Velho. Homens e mulheres, cidadãos da terra, do céu e do mar estavam ali. Impecáveis. Como se fossem estátuas de mármore da Grécia Antiga, mas restauradas e com um público menos interessado em sua beleza.

A banda da Marinha começou a tocar e tímida manifestação de aplausos foi ouvida. Não sentida. Alguns mais velhos assistiam ao desfile. Algumas crianças, que com a pureza que lhes é peculiar, admiravam. Como não entender o real significado disso tudo apenas dividindo a atenção entre o desfile e as crianças? Mas o significado não foi entendido. Não pelos jovens presentes.

Em meio a melodia do Hino Nacional, jovens conversavam avulsamente. Um que outro ficou em silêncio, parecendo ser o máximo de respeito que conseguia demonstrar.

Lentamente a flâmula nacional era erguida, incólume, ao lado das do Estado e da cidade. Muitos nem sabiam que bandeira era a última.

A Semana foi declarada aberta pelo vice-governador. Não foi aplaudido.
A atleta olímpica trouxe a chama da Pátria, resistente a tantos banhos d’água fria. Não foi aplaudida.
  
Apenas percebi o entusiasmo de uma senhora que cantarolava a nova melodia tocada, e seu neto, ainda bebê. Dois representantes verdadeiros da Pátria. Estavam a meu lado, mas não quis perguntar-lhe os nomes. Não havia necessidade. Naquele instante eles eram representantes, não de suas individualidades, mas de um coletivo cada vez menor, mas que resiste. Os jovens faziam piadas.

O momento pelo qual passamos é difícil. Os mais velhos, em algum tempo ir-se-ão. As crianças, se não tivermos cuidado, terão espíritos jovens (no sentido que atualmente lhe atribuo). E o que restará da verdadeira Pátria? Páginas mal contadas em livros de História tendenciosos.

A Egrégora não morrerá, pois ela nunca morre. Mas estará em algum lugar inacessível. De que adiantará?
     
A emoção que sinto agora é menos pela beleza do desfile (e o desfile é belo) do que pelo descaso da juventude.

Jovens caçoam, ao meu lado, da Polícia Militar. Alguns dos militares pareciam envergonhados. Resultado arrebatador do desrespeito à Nação. Escrevo isso enquanto desfila o Corpo de Bombeiros. Um dos rapazes estava descompassado, mas logo tratou de entrar no ritmo.

Sim. Crianças e idosos, o futuro da Nação. Os últimos já com as pernas cansadas, mas ainda permanecendo de pé, pois entendem o que parece incompreensível para uma geração que entende tudo de mais fútil. As crianças também não entendem. Mas não entendem da forma mais bonita possível.

Manter o espírito jovem? Não, obrigado!
Há uma máxima que utilizarei com uma pequena modificação, mas necessária: Não se faz mais jovens como antigamente.
        
Termino aqui este breve escrito, na esperança que a egrégora da Pátria (que nada tem haver com sua situação política, econômica e muito menos futebolística – ela é bem superior a tudo isso – e sim com a Glória, Orgulho e Hombridade de todos que por ela viveram e vivem) não seja lembrada apenas uma semana por ano.


               Natal, Rio Grande do Norte.
               01 de setembro de 2008.
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Enquanto a nossa república agir dessa forma, o texto permanecerá atual. 
Temos uma OPÇÃO, Brasil... e essa opção é a Monarquia Parlamentar!
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Esclarecendo a Monarquia, Parte 3: Nossos Herdeiros

Já falamos muito em monarquia e dos tempos do império, mas uma pergunta que sempre fica no ar a quem desconhece a causa monárquica é: “quem são os herdeiros do trono brasileiro?”

O fim da monarquia no Brasil não significou o fim da família imperial. Não houve a extinção da dinastia, pelo contrário, D. Pedro II e sua família foram exilados. Matar a família imperial seria algo que levaria a uma revolta popular dantesca, visto que eram muito queridos pelo povo.

Não pretendo aqui fazer uma árvore genealógica desde a princesa Isabel, pois o post se tornaria muito extenso, muito menos fazer uma biografia completa, minha intenção é apenas apresentar os príncipes brasileiros. Falarei dos herdeiros do trono em linha sucessiva.


Dom Luís Gastão de Orleans e Bragança

Dom Luís, também conhecido como Dom Gastão, é o chefe da Casa Imperial Brasileira, isso significa que caso o Brasil fosse ainda uma monarquia, ele seria o Imperador. Ele é o filho mais velho do príncipe D. Pedro Henrique de Orleans e Bragança e da princesa Dona Maria Isabel da Baviera.

É formado em química pela Universidade de Munique e fala fluentemente o português, o francês e o alemão, além de compreender bem o italiano e o inglês. Como a família imperial foi exilada, ele só veio a conhecer o Brasil em 1945, logo após a Segunda Guerra Mundial, quando a cláusula pétrea da constituição brasileira que não permitia que a família imperial se fixasse no Brasil foi revogada.

D. Luís teve paralisia e é muito doente, por isso não é muito comum vê-lo como um ator mais incisivo em questões que envolvem o Brasil, apesar de fazê-lo de forma discreta.


Dom Bertrand Maria José de Orleans e Bragança

É o Príncipe Imperial, segundo na linha de sucessão do trono. Na realidade, por D. Luís não gozar de saúde plena, muito provavelmente ele seria o príncipe regente.

D. Bertrand, assim como seu irmão, passou a infância na Europa e veio ao Brasil junto com ele. Estudou direito no Largo São Francisco, a tradicional escola de direito de São Paulo, hoje parte da USP.

Alguns monarquistas não gostam muito do fato dele fazer parte da sociedade católica TFP (Tradição, Família e Propriedade), pois isso não expressa a realidade brasileira, porém trata-se de uma escolha individual do príncipe. É a figura mais atuante do movimento monárquico, tendo se reunido com representantes das diversas casas nobres da Europa antes do plebiscito de 1993 para falar sobre a causa monárquica do nosso país. Ele também é líder do movimento “Paz no Campo”, que atua contra movimentos terroristas que invadem propriedades rurais. É um grande opositor da reforma agrária.


Dom Antônio João de Orleans e Bragança

É o terceiro na linha de sucessão do trono. Brasileiro nato, da cidade do Rio de Janeiro, cresceu em Jacarezinho, Paraná, numa fazenda onde a família imperial viveu entre 1951 e 1964. Fez os estudos secundários (hoje colegial) em Vassouras, RJ, e depois graduou-se em Engenharia Civil na Universidade Barra do Piraí.

Teve uma educação moral e religiosa muito forte de seu pai, Dom Pedro Henrique, que queria transmitir aos filhos todos os princípios monárquicos, sendo educado como um verdadeiro príncipe.

Também é muito conhecido por ser um aquarelista de renome, sendo um expoente nessa arte aqui no Brasil.


Dom Rafael Antônio Maria de Orleans e Bragança

Mora no Rio de Janeiro com a tia Dona Isabel. Estudante de engenharia de produção na PUC-Rio e estagiário na AmBev, é o quarto na linha de sucessão do trono e o mais jovem dos príncipes. Tornou-se o sucessor depois da morte de Dom Pedro Luís, que era três anos mais velho, no acidente da Air France. É tido como um porta-voz da juventude monárquica, devido a sua mocidade. Sua irmã mais velha, Dona Amélia, é sua sucessora.


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A Destruição da Imagem Monárquica

 Destruir a imagem da Monarquia é ferramenta comum desde 1889
 
Uma breve história:

"Certa vez, uma professora do Ensino Fundamental II lecionava o Brasil Império em sala de aula. Suas frases e comentários giravam em torno de coisas do tipo:
- D. Pedro I não ligava pra nada, só queria saber de farra;
- D. Pedro II era um velho que nem sabia mais tomar decisões no comando do Brasil, e era escravocrata!;
- Com o Poder Moderador, o Imperador fazia o que bem entendesse de forma arbitrária e não democrática!;

E tantas outras frases.
Foi então que uma aluna perguntou:
- Professora? O que os descendentes desse pessoal acham disso tudo quando estão estudando essas coisas? Eles não ligam? Afinal, estão falando mal dos parentes deles!
(...)
A professora não soube responder! A garota curiosa, insatisfeita por não ter conseguido sua resposta, decidiu pesquisar por si mesma e... voalà! Conheceu uma História do Brasil Império que os livros didáticos e a maioria dos professores não contam! Resultado? Ela se tornou monarquista aos 14 anos!"

Esta é uma história REAL! A garota participa de uma comunidade no Orkut sobre a Monarquia e relatou há um certo tempo, sua história.

Pois bem, meus caros! Desde o fatídico 15 de novembro de 1889 (Golpe republicano), a tentativa de se destruir a imagem da Monarquia Brasileira é intensa. Muitas vezes despercebida pelos demais. Vai desde a manipulação dos livros de História, até minisséries que abordam o tema com um "humor" preconceituoso e despreocupado com fatos históricos. Lembro-me de uma imagem em um livro de História (autor: Mario Schimidt), que mostra uma imagem de Pedro I proclamando a Independência do Brasil. Na legenda, dizia que mais parecia uma propaganda de desodorante, por seu braço estar erguido. Conseguem perceber o tipo de piada em um momento ímpar da História do nosso país? Como isso ajuda a desmerecer o fato? Afinal, é a INDEPENDÊNCIA DO PAÍS, não um evento qualquer. Não é motivo de piada, é motivo de glória para nós!

A ideia de um Pedro I "raparigueiro", de um Pedro II sendo um velho gagá, e de tantos outros jargões, sempre foi uma tentativa de afastar o povo brasileiro de sua mais íntima Tradição e Identidade, afastar os brasileiros de como começou nossa real história... Manter os brasileiros longe da ideia de que o Império foi, sem dúvida alguma, a fase mais importante do nosso país! A Família Imperial teve que deixar o país (na época em que foi banida) às pressas e de madrugada, para que não desse tempo de nascer uma revolta por parte de muitos!

Fica a pergunta: Será que o que você conhece sobre o Brasil Império provém de fontes diversificadas?  Ou tudo que você sabe vem do que seu professor falou (e ele deve ter sido educado por livros republicanos e ideologicamente comprometidos) e das minisséries sobre o assunto? Pense nisso! Até uma garota de 14 anos conseguiu perceber a falha nos discursos republicanos!
 
Essa é a sua fonte sobre a Monarquia brasileira?
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A Inovação Monárquica

A Monarquia Constitucional surgiu com o desejo dos homens de conhecer e assim recorrer quando necessário as regras que definem a atuação dum rei. Para isso serve uma constituição: definir os papeis do Estado (e seus representantes), seu funcionamento e discriminar os direitos de seus cidadãos. O rei, mesmo durante o Absolutismo – uma caracterização de exceção das monarquias, cuja regra é o rei medieval: guerreiro, para garantir a segurança nacional, limitado pelo seu conselho de guerra e limitado também pela atuação clerical – estava limitado por vários aspectos da vida social. Mas o constitucionalismo foi um desejo de fazer reconhecer – ou seja, institucionalizar – todas essas várias fontes de co-atuação no poder político juntamente com o rei.

É assim que os antigos petty kingdoms, monarquias compósitas, foram se organizando em ducados, marcas e condados a serem representados nas cortes, que, mais tarde, originaram por exemplo, as duas câmaras da Inglaterra. O Parlamentarismo foi uma evolução natural e orgânica da organização medieva dos reinados, após os arroubos absolutistas; e o princípio constitucionalista é a garantia de que o rei não caia novamente em tentações absolutistas e reconheça e dialogue com seus antigos interlocutores. Nesse sentido a Monarquia Parlamentar Constitucional é realmente a maior inovação política, é ao mesmo tempo o mais arcaico sistema político e o mais atual: é a assimilação de todos os aspectos jurídicos, simbólicos e políticos sedimentados pela experiência de milênios de monarquia ao funcionamento de seu tempo: juramento sob o papel, sanções, penas e submissão ao direito internacional.

A Constituição e o Parlamento surgiram para limitar o poder dos reis; mas noutro sentido, logo o Rei passou a limitar o desejo de acúmulo de poder e promoção pessoal dos políticos do parlamento. É na Monarquia Parlamentar Constituicional – como o Brasil conheceu de 1824 a 1889 – que o princípio de Montesquieu se realizou mais perfeitamente. Dizia o francês que “todo homem investido de poder é tentado a abusar dele” e “só o poder limita o poder”. Pois a Carta de 25 de Março de 1824 obedeceu a esse princípio de limitação de poder sob a ótica de Benjamin Constant, e seu “Poder régio”, mais um poder a ser limitado e limitar os demais.

A falta deste poder que permite os parlamentares e presidentes do Brasil aumentarem seus próprios salários, regularem-se a si mesmos, sem poder a quem responder, agindo indecorosamente em benefício próprio e de grupo; é a presença deste poder na Suécia que permite os parlamentares lá viverem como funcionários espartanos pelo seu Estado.

 

Há quem ainda pense que Monarquia é uma forma de governo do passado; não sabem do que falam… estão infectados com o mais puro determinismo histórico, mesmo quando o dizem combater ferozmente, infectados de aversão à tradição e às raízes deste e quase todos os países do globo; infectados pelo fetiche de que o cargo hereditário faz de seu ocupante alguém sem sentido na vida política. Falta-lhes conhecimento da manutenção da Democracia, este ser frágil. E como e porquê a Democracia funciona melhor numa monarquia, deixo para meu próximo texto.

 
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